Sunday, October 26, 2008

Six Feet Under

Ainda estou digerindo os últimos capítulos da série. Na verdade, ainda estou digerindo todas as impressões que a série me causou desde a primeira temporada.

O episódio em que mais chorei é quando um dos personagens morre, mas não é porque ELE morre (mesmo porque eu estava/estou com muita raiva dele), é porque TODOS morremos, é porque deixamos quem a gente ama para trás, é porque magoamos essas pessoas, e é porque o final é sempre a morte, a droga da morte. Mas não exatamente a morte física, mas a nossa incapacidade de viver, a nossa mania de encontrar defeitos nas coisas e de sempre viver mais odiando que amando, a nossa impotência diante de tudo.
A série aumenta a impressão (muito mais que impressão) da nossa pequenez, de como a vida é curta, de como a gente perde tempo complicando as coisas, de como nós somos homens, e de quanto os homens são uns macacos frágeis e estúpidos.
Não existe deus, não existe salvação, existimos apenas nós, homens, fazendo tudo na vida, menos viver.

Isso tudo ainda é um nó na minha garganta.

Mas Six Feet Under deixou muito mais do que um nó na garganta.

Toda a série é recheada de altos e baixos, de ódios e amores, de esperança e desesperança, como a própria vida, não é? E a parte boa de tudo isso é perceber que apesar de sermos impotentes, bobos, frágeis, idiotas, somos capazes de ter momentos de paz, de felicidade, somos capazes de amar. Fiquei muito feliz pelo desfecho de vários personagens, muito feliz mesmo. E o que há em comum entre esses personagens que gostei é que eles foram capazes de amar, de mudar por amor, de viver por e com amor. Se existe algo que pode nos redimir é o amor, e só ele. Não falo só sobre o amor entre homem e mulher ou homem e homem ou mulher com mulher, enfim amor entre casais (esse também é fundamental), falo sobre toda forma de amor. Depois de muito tempo, procurando respostas (religiosas inclusive), percebi que só com o amor é que é possível ser feliz, que é possível dormir tranquilamente, que é possível acordar disposto, que é possível agüentar todas as dificuldades, que é possível viver. Não é fácil amar, porque amar significa amar mesmo aqueles que machucaram e que ainda machucam a gente. Mas é preciso.

A morte está presente em todo episódio da série. E na verdade, em toda nossa vida. Eu nunca tive medo da morte (às vezes até a desejei), mas depois de mudar de postura, depois de amar (de verdade), tudo que mais temo é a morte. Tudo que mais temo é não ter tempo de amar, de fazer carinho em quem eu amo, de dar abraços, beijos, de rir e chorar juntos, tudo que mais temo é a solidão da morte, para quem fica e para quem vai.

Por isso, é que Six Feet Under mexe tanto, não é apenas uma série, é o reflexo dos nossos medos, das nossas dúvidas, das nossas dores.

E ainda tem as músicas da trilha sonora, e que músicas! Vou postar uma música do final do episódio 11 da 5º temporada. Um dos episódios em que o nó na garganta fica ainda mais apertado.



Ah, o nome da música é Cold Wind, do Arcade Fire, e foi escrita para a série.

Até a próxima, daqui há alguns meses! rs

3 comments:

Lara Frutos said...

Eu disse que era foda o episódio... eu avisei... ai como eu chorei e choro ainda só de lembrar... E sim, o amor faz a gente ter medo de morrer e de as outras pessoas morram. E que droga, todo mundo morre! Mas o pior é envelhecer e ir se dando conta de que não vai mais realizar certos sonhos.... é horrível!

beijos

Jéssica said...

é, envelhecer, ou pensar em envelhecer, não é nada bom. eu só espero conseguir realizar boa parte do que sonho. quando isso acontecer, eu vou morrer tranquila. (embora eu prefira não morrer! rs)

DOM said...

pareceu um desabafo...
vou começar a assistir esta série...
vcs compraram ou estão baixando???
se estão baixando, me digam de que site please!!!!
grande abraço!